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quinta-feira, 4 de julho de 2024

LUISA TODI

“Nasceu em Setúbal em 1753.

Com um timbre de voz com uma velatura única, e numa época em que o gosto musical preferia a voz dos castrati, cantou durante mais de vinte anos nos palcos mais prestigiados da Europa, onde as críticas da época a aclamaram como a “voz do século”.

No estrangeiro dedicaram-lhe sonetos, escreveram para a sua voz, e foi pintada pela retratista de Maria Antonieta. Beethoven conheceu-a em 1790 quando, enquanto jovem pianista, tocou num concerto dado em sua honra.

Na corte de Catarina II da Russia permaneceu cinco anos sendo que esta uma vez ao ouvi-la, emocionada, tirou da cabeça o esplendoroso diadema e lho ofereceu dizendo “cantais como uma verdadeira rainha”.

Na Prussia, onde permaneceu dois anos, Frederico Guilherme II, ofereceu-lhe aposentos no palácio real, com carruagem e cozinheiros próprios.

Em 1793, por ocasião do nascimento da infanta, foi requerida a sua presença, e em sua honra foi-lhe concedida autorização especial para cantar em público, o que ao tempo era interdito às mulheres em Portugal.

Após o término da sua carreira e o falecimento do marido, encontra-se no Porto aquando da segunda invasão francesa e, ao tentar atravessar o rio Douro com a população desesperada em fuga das cargas dos soldados franceses, cai ao rio e perde o cofre com as fabulosas joias oferecidas nas maiores cortes europeias. Ao contrário de muitos, conseguiu salvar-se, tendo sido encarcerada mas imediatamente libertada quando o general Soult a reconhece.

Morreu em Lisboa em 1833, no mais completo olvido, cega e em dificuldades financeiras, e até hoje jaz debaixo do prédio entretanto construído por cima do antigo cemitério da Encarnação.”




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